Confira o balanço internacional da economia do Brasil
I - Balanço de pagamentos - Fevereiro de 2018
As transações correntes apresentaram superavit de US$283 milhões em fevereiro, e deficit de U$7,8 bilhões nos últimos doze meses, equivalentes a 0,38% do PIB. Na conta financeira, o ingresso líquido de investimentos diretos no País (IDP) somou US$4,7 bilhões em fevereiro, totalizando US$64,8 bilhões nos últimos doze meses, correspondendo a 3,14% do PIB.
A conta de serviços registrou deficit de US$2,5 bilhões em fevereiro, 4,6% superior ao observado em mês correspondente do ano anterior. A despesa líquida com viagens internacionais totalizou US$794 milhões, 4,0% inferior à registrada em fevereiro de 2017, resultado de expansão de 3,2% de gastos de residentes no Brasil em viagens ao exterior, e incremento de 14,2% das receitas auferidas em viagens ao País, na mesma base de comparação. A despesa líquida de aluguel de equipamentos recuou 12,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, confirmando tendência observada em período recente.
A despesa líquida na conta de renda primária atingiu US$2,0 bilhões no mês, redução de 35,2% relativamente a fevereiro de 2017. A despesa líquida com juros alcançou US$744 milhões no mês, 18,5% abaixo do ocorrido em equivalente mês do ano anterior. A conta de lucros e dividendos apresentou saídas líquidas de US$1,3 bilhão no mês, 48,7% inferiores ao deficit de US$2,5 bilhões, ocorrido em fevereiro de 2017. O resultado decorreu da expansão de 208,3%, das receitas brutas de lucros e dividendos, que atingiram US$1,7 bilhão, enquanto as despesas brutas de lucros e dividendos mantiveram-se em patamar semelhante, na mesma base comparativa.
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidas de US$4,7 bilhões, repercutindo ingressos líquidos de US$4,1 bilhões em participação no capital, e ingressos líquidos de US$614 milhões na modalidade empréstimos intercompanhia.
Em fevereiro, os ativos de investimento carteira alcançaram US$1,2 bilhão em aplicações líquidas no exterior, concentradas no instrumento fundos de investimento. No primeiro bimestre de 2018, a constituição líquida de ativos em carteira no exterior atingiu US$2,5 bilhões, 24,9% acima do observado em período correspondente de 2017.
Os passivos de investimentos em carteira registraram ingressos líquidos de US$1,5 bilhão no mês, composto majoritariamente por entradas líquidas em títulos de renda fixa, sendo US$ 1,0 bilhão referente a títulos de renda fixa negociados no mercado externo, e US$450 milhões a títulos negociados no mercado doméstico.
Os ativos de outros investimentos cresceram liquidamente US$1,6 bilhão em fevereiro compreendendo, dentre outros, concessão líquida de US$5,5 bilhões em créditos comerciais e adiantamentos, e redução líquida de US$4,1 bilhões em moeda e depósitos mantidos no exterior.
Os outros investimentos passivos somaram saídas líquidas de US$355 milhões no mês, em comparação ao ingresso líquido de US$4,9 bilhões observado em período correspondente do ano anterior. Os créditos comerciais e adiantamentos apresentaram ingresso líquido de US$1,4 bilhão, enquanto as amortizações líquidas de empréstimos totalizaram US$1,9 bilhão, concentradas em operações de longo prazo.
A taxa de rolagem para empréstimos diretos e títulos de longo prazo atingiu 68% em fevereiro e 78% no acumulado do ano, valor próximo ao ocorrido no primeiro bimestre de 2017.
II - Reservas internacionais
Em fevereiro, as reservas internacionais no conceito caixa totalizaram US$377,0 bilhões, aumento de US$1,3 bilhão. Contribuíram para elevar o estoque o retorno de recursos em operações de linha com recompra, US$3,0 bilhões, e a receita de remuneração da carteira, US$360 milhões. As variações por preço e por paridade proporcionaram redução do estoque em US$470 milhões e US$1,5 bilhão, na ordem. No conceito liquidez, incluindo ativos decorrentes de operações de linhas com recompra, o estoque de reservas somou US$382,0 bilhões em fevereiro.
III - Dívida externa
A posição da dívida externa bruta estimada para fevereiro de 2018 totalizou US$675,8 bilhões, composto por instrumentos de dívida externa emitidos no mercado internacional, US$316,2 bilhões; operações intercompanhia, US$231,7 bilhões; e títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico e detidos por não residentes, US$128,0 bilhões. Em relação à posição estimada de dezembro de 2017, o endividamento externo total cresceu US$7,3 bilhões, dos quais US$5,1 bilhões relativos a títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico e denominados em reais.
IV - Publicação das projeções de balanço de pagamentos
A partir de junho, o BC vai passar a divulgar as projeções do balanço de pagamentos exclusivamente no Relatório de Inflação. Essa medida objetiva alinhar as finalidades próprias de cada instrumento de comunicação do BC. Com isso, a Nota para a Imprensa - Estatísticas do Setor Externo passa a ser voltada inteiramente para a divulgação dessas estatísticas.
Fonte: https://www.bcb.gov.br/htms/notecon1-p.asp