O caminho da transparência
Para mitigar riscos de imagem e financeiros associados a atos de corrupção, empresas consolidam hoje uma nova consciência sobre a importância de tratar do tema com transparência e apoio especializado.

Diante de um cenário de crescente vigilância sobre práticas que representem corrupção e no momento em que acordos de leniência multimilionários ganham as manchetes de jornais, é cada vez maior a preocupação das empresas com a manutenção de boas práticas e a identificação precoce de fraudes e falhas nos ambientes internos.
As companhias buscam constantemente se adaptar a regulações como a lei 12.846, de 2013, a chamada “Lei Anticorrupção”. “O efeito negativo para uma empresa que passa por situação envolvendo atos de corrupção é enorme do ponto de vista de sua reputação, dos custos de remediação e de desvio de foco nos negócios. As empresas têm consciência disso”, avalia José Paulo Rocha, sócio da área de Financial Advisory e líder da prática de Serviços Forenses da Deloitte no Brasil.
O impacto pode ser facilmente notado em casos locais, amplamente divulgados, mas os acordos de leniência hoje ocorrem em todo o mundo. Em outubro de 2017, por exemplo, a empresa sueca de telecomunicações Telia Company concordou em pagar US$ 965 milhões às autoridades dos EUA, Holanda e Suécia como compensação por violações de uma lei dos Estados Unidos de combate à corrupção. Meses antes, em julho, foi a vez da petroleira norte-americana Halliburton, que desembolsou US$ 29,2 milhões como penalidade por pagamento de suborno a autoridades durante suas operações na África.
O aumento de interesse por esse tipo de assessoria especializada foi revelado pela pesquisa “Agenda 2018”, da Deloitte, que abordou as prioridades de investimento dos executivos de organizações no Brasil para este ano. Para 33% das empresas entrevistadas, a gestão de risco e controles internos estão entre as cinco principais prioridades. Gestão de compliance também está na lista, para 26% das organizações.
O espaço para empresas que deixam de agir com rigor na área de compliance fica mais restrito a cada dia. Um dos autores do estudo “Transparência em Relatórios Corporativos”, da seção brasileira da Transparência Internacional, Guilherme Donegá acredita que muitas organizações já entenderam esse conceito. “Tudo indica que é um ponto de inflexão, uma mudança de cultura. A experiência internacional, no entanto, mostra que, se as empresas, o governo e a sociedade como um todo não monitorarem essa evolução, pode haver regresso.”
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